É raro encontrar uma pessoa que não tenha problemas
com o intestino. Umas
se queixam de que é preso demais;
outras, de que seu funcionamento é
absolutamente
imprevisível. A maioria das queixas, porém, vem das
mulheres.
Grande número delas reclama de intestino
preso,
ou obstipação intestinal.
Em alguns casos, esse
problema é físico, mas em outros decorre de fatores
psicológicos e emocionais.
Tão forte é a influência do intestino sobre o
nosso
organismo que esse órgão é tido nos meios científicos como
o“segundo cérebro”.
A expressão foi cunhada pelo médico
americano Michael D. Gershon, do
Departamento de
Anatomia e Biologia Celular da Columbia Univesity Medical
Center, em Nova York. Depois de 30 anos de pesquisas,
Gershon conseguiu
identificar a interatividade entre os
neurotransmissores produzidos no intestino,
chamado por
ele de órgão inteligente,
e as nossas emoções, cuja sede é
o sistema límbico, localizado no cérebro.
Portanto, atribuir a
prisão de ventre apenas ao tipo de alimentação é um
erro.
Embora sejam independentes, os sistemas nervoso
central (localizado no cérebro e na medula
espinhal) e
oentérico (intestinal) “conversam” entre si. Sabe
aquele
incômodo na barriga relacionado a anciedade em
determinadas situações,
acontece por causa da conexão
direta entre os neurônios circulantes no tubo digestivo e
no cérebro ( o chamado eixo cérebro-intestinal,
que
funciona como uma via de mão dupla). A ansiedade,
gerada
pela expectativa do grande dia, se reflete no intestino, que
tanto pode travar como desandar. Isso porque esse
sentimento altera a produção
de serotonina e desorganiza
as ondas peristálticas.
Alterações na produção da
serotonina também estão por trás da síndrome do
intestino
irritável, uma das principais doenças que afetam o intestino.
Não se deve encarar o mau funcionamento do intestino
como algo natural. É preciso estar
atento e procurar
atendimento médico se houver sangue ou muco nas fezes,
distensão e cólicas abdominais e elevação da
temperatura.
O intestino é um órgão do trato gastrointestinal
dividido em duas porções: delgado e grosso. O intestino
delgadoé
a porção primária do intestino e é responsável
pela digestão e absorção de
nutrientes, enquanto o
intestino grosso é
a segunda porção do intestino e é
responsável pela absorção de água, sais e
vitaminas. Este
órgão pode ser afetado por doenças como fibrose cística,
doença
celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa,
síndrome de intestino irritável, diverticulose e câncer
(MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).
Sabe-se que o exercício físico auxilia
na promoção de
uma vida saudável e
na melhora da capacidade funcional,
porém,
ainda é pouco o que se sabe sobre seus efeitos nas
doenças inflamatórias
intestinais (D’INCA et al., 2000).
É sabido que o exercício físico proporciona
movimentos
no intestino grosso e mudanças
hormonais, que provocam
efeitos mecânicos no intestino, facilitando o
peristaltismo.
Além disso, a atividade física é
responsável também
por melhorar o tônus muscular pélvico e abdominal,
facilitando a expulsão do bolo fecal (COTA
e MIRANDA,
2006). Evidências recentes obtidas em estudo laboratorial
mostraram
que a prática habitual de atividade física
moderada protege o íleo de
camundongos contra os efeitos
do envelhecimento (LIRA et al., 2008).
Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a
atividade física regular praticada em quantidade
apropriadaapresenta uma associação
significativa com a
redução do risco para o desenvolvimento de câncer de cólon
em até 40% entre os indivíduos mais fisicamente ativos. Em
contrapartida,
tem-se observado que o exercício físico
exaustivo aumenta
a produção sistêmica de radicais livres,
com
conseqüente aumento dos danos oxidativos ao DNA,
além de deprimir a função
imune global, eventos estes,
relacionados ao aumento do risco para o
desenvolvimento
de câncer (DEMARZO, 2005).
Quanto ao sedentarismo e
a constipação intestinal
idiopática, a recomendação de
atividade física regular é
ainda assunto controverso. Dado este, confirmado por
meio
de estudos que avaliaram a relação entre estes fatores
(WANNMACHER, 2005).
Em estudo realizado por DALEY et
al. (2008), os resultados foram positivos, destacando até a
possibilidade de que o
exercício seja uma intervenção eficaz
na minimização dos sintomas em pacientes
com síndrome
do intestino irritável, que pode ser o caso dos pacientes com
constipação predominante.
A escolha do método Pilates como atividade física,
pode contribuir também para o
equilíbrio da mente e do
corpo, além de ajudar no controle da ansiedade. Os
movimentos do Pilates trabalham e fortalecem
principalmente a musculatura de sustentação do abdômen,
lombar, assoalho pélvico e glúteos. Esses músculos são
responsáveis pela melhora da postura,
aliviando dores nas
costas e consequentemente auxilia a saúde do orgão
intestinal.
De forma geral, CHEN e NOBLE (2009) confirmam a
existência de hipóteses que associam o exercício a
diversosbenefícios do trato gastrointestinal, porém,
sugerem que mais estudos experimentais são necessários
para confirmar tais
afirmações.
Confira as dicas para evitar a prisão de ventre:
· Mexa-se! Não
esqueça que os intestinos são músculos.
Se você passar o dia sentada, seu
sistema digestivo fica
lento. Estudos indicam que as pessoas sedentárias são 3
vezes mais passíveis de sofrer de prisão de ventre. A prática
de exercícios
físicos aumenta o fluxo sanguíneo no abdome e
estimula os movimentos
intestinais.
·
Descanse bem!
·
Pare tudo e vá ao banheiro! Ao
sentir necessidade,
quanto mais tempo você demorar a ir ao banheiro, mais água
é absorvida, e mais duras ficam as fezes.
·
Beba muito líquido! Tome
líquidos em todas as
refeições. Inclua no seu dia-a-dia alimentos líquidos,
como
sopas e molhos, além de água, leite desnatado e sucos.
·
Consuma alimentos ricos em fibras todas
as
refeições! Mas se você não tem o hábito de comer fibras,
comece com pequenas
doses, para não causar um
desarranjo intestinal.
·
Certifique-se de que sua alimentação não
esteja pobre
demais em gorduras! As gorduras podem funcionar como
lubrificantes. Portanto, um pouco de azeite e nozes, por
exemplo, podem ajudar
nesse processo.
Sempre antes de começar a fazer qualquer tipo de
dieta ou
reeducação alimentar procure um profissional qualificado.
Fonte: Drauzio Varella, physio-terapia.blogspot,
rgnutri, quilibriofisioterapiaepilates.blogspot
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